sábado, 12 de dezembro de 2009

Vento

O primeiro beijo foi verossimilhante as junções das quatro estações. Todos os paladares doces em um só. Foste ao banheiro, tomou banho e deitou em uma das camas ao lado da minha, deveria ter cerca de mais umas quatro garotas e um garoto do outro lado. Passava um filme, não lembro qual. Porém lembro de todos teus movimentos, tuas curvas, te observava severamente. Conversávamos cada vez num tom mais intenso, como sussurro. Até que não sobraram mais palavras. Aliás, existiam muitas, e o corpo mandava calar.
Ainda sinto teus dedos tocando minha face. Deslizando em meu corpo. Depois face a face. Nossos pés enroscando. Até que - o primeiro beijo. (Explosão) (Caos) vermelho, laranja, verde, azul, multicor. Havia frio, calor, frescor, ventos e calmaria. Um turbilhão de sentimentos. O amor já existia. Verão, outono, inverno e primavera.
No outrora caiam minhas lágrimas, não desejava o que tinha acontecido; mas aconteceu... Te imaginava sendo minha para sempre. Depois do primeiro beijo sabia que serias minha somente durante aquele momento e logo depois já não saberia mais. O que me sobrou foi o medo. Chorei. Chorei de dor por talvez pensar que agora pudesse te perder. Porque enquanto eu não te tivesse - não te perderia.
Agora teu beijo não é mais um turbilhão. Tem um sentir por vez. Depois do primeiro tocar os sentires se dissipam. O princípio não mais voltará. E a incerteza de te perder a qualquer momento fica vagando por aí, com sabor de acre.

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