sábado, 17 de julho de 2010

Girassóis

Não quero mais olhar adentro dos olhos de flores de mais ninguém. Nem jasmins, nem rosas, nem lírios ou qualquer pétala que possa encantar. Quero olhar apenas para os teus girassóis. E são esses girassóis que me fazem morrer de saudades de seus olhos. Girassóis que giram e giram e me fazem girar, girar nas tuas mãos, no teu corpo, nos teus braços. E logo me fazem cair e me levantam e tudo cai e tudo levanta e cai de novo e explode. Explodem em cores, em peças, em pequenos cacos feitos por partes de nós, partes explosivas - que após explodirem - explodem de novo e as explosões continuam harmonicamente até que não haja mais o que se partir e tudo esteja esparramado pelo chão como água, como pedaços se fundem e se dissipam. Partes de nós que se juntam e se separam, como nas noites que dormes em meus braços e na manhã seguinte vais embora, como nos dias que ficas deitada em mim sob o chão da sala e some, como nas vezes que me abraças e depois te vais. E vai e vai e vai, separa, volta e vai. E sempre para longe de minhas terras - que ficam na esperança pela volta de suas sementes de girassóis - para que, então, voltem a florir.

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