Ultimus: do latim que não se deve balbuciar nos tempos de hoje, palavra feita de coisas que parecem cada vez
mais serem intermináveis e inalcançáveis dentro de um infinito comum. Uma bola de magnitudes
eternas, renováveis com uma provável evolução. Não que a genética leve
a culpa de tudo, mas em boa parte ela explicaria de certa forma os porquês
das quais ela não tem a ver. Assim como não é culpada pela ambição de gerações
que querem ser melhores que as anteriores. Pensar no último como um último
momento, uma última hora, último minuto, último abraço, último beijo, último
sentir, último tudo como um nada ou qualquer coisa sem um chão, algo prestes
a se perder, algo que não irá voltar. As leis de Lavoisier já não se encaixam
mais, as teorias da inércia de Einstein não fazem mais sentido quando se fala de
algo que vai e não volta. Vai e fica apenas esperança, apenas lembrança, sorrisos,
saudade e felicidades guardadas. As pessoas guardam a felicidade, esperam por um dia que possam usá-la; até que não a encontram momento algum, em lugar algum, e chegam a
um último, último dia.
Ana Batista
Sexta-feira, 31 de dezembro de 2010, 14:29:21