sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Conto de Último Dia

Ultimus: do latim que não se deve balbuciar nos tempos de hoje, palavra feita de coisas que parecem cada vez mais serem intermináveis e inalcançáveis dentro de um infinito comum. Uma bola de magnitudes eternas, renováveis com uma provável evolução. Não que a genética leve a culpa de tudo, mas em boa parte ela explicaria de certa forma os porquês das quais ela não tem a ver. Assim como não é culpada pela ambição de gerações que querem ser melhores que as anteriores. Pensar no último como um último momento, uma última hora, último minuto, último abraço, último beijo, último sentir, último tudo como um nada ou qualquer coisa sem um chão, algo prestes a se perder, algo que não irá voltar. As leis de Lavoisier já não se encaixam mais, as teorias da inércia de Einstein não fazem mais sentido quando se fala de algo que vai e não volta. Vai e fica apenas esperança, apenas lembrança, sorrisos, saudade e felicidades guardadas. As pessoas guardam a felicidade, esperam por um dia que possam usá-la; até que não a encontram momento algum, em lugar algum, e chegam a um último, último dia.

Ana Batista
Sexta-feira, 31 de dezembro de 2010, 14:29:21

Nenhum comentário: