segunda-feira, 31 de março de 2008

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Sob o orvalho e a neblina observava seus olhos ardentes, percebia a intensidade que sentia, ele desejava o recomeço, mas não sabia por onde cair primeiro, não sabia nem se deveria cair, falava sobre o tempo e não conhecia seus ponteiros em números certos, escrevia nas entrelinhas palavras bonitas e não se via, mas estava sempre ali, em primeira, segunda, terceira pessoa, numa freqüência quase sem querer. Tinha vontade de ver seu velho eu, cara à cara em seu espelho, mas nunca o via, e foi ao quebrar o espelho que ele decidira viver novamente, mesmo sem saber por onde começar, não sabia nem se deveria ter um começo, queria apenas uma qualquer situação a qualquer momento que o surpreendesse, sem ambições, sob a adrenalina, pensava em mil coisas, experimentava outras mil e em outras tantas, só queria cada vez mais o agora, em uma voz repetitiva.

O querer do próprio desprezo

...Pairava sob o vento frio e as estrelas caídas, enquanto a colina a olhava, estrelas lhe tocavam e a noite orava por qualquer coisa viva, ela se sentava, abria umas páginas, caneta, recortes, todos pedaços de uma vida, em letras imersas de uma ilusão farsante, onde observava a sua própria dor, amargura, frieza, via o sentir de seu coração, pulsar sem jorrar o sangue que corria congelado, queria correr, gritar, amar, odiar, querer, sentir, sentir, sentir! quanto mais observava-se mais tornava-se um oco nada, cada gesto seu refletia em frente a colina, e sentia o querer de viver, o querer de um sentir qualquer, e não o tinha, nem o próprio desprezo, se prendia sempre a um reflexo sob a água do lago no amanhecer, sentia um querer de recomeço, queria correr, e não queria.

quinta-feira, 6 de março de 2008

(un)well

...E o sol estava de pernas abertas e a (des)entranhar a luz, a vida.